Há uma semana...
...por estas horas tava eu no meio da mochada (é assim que se escreve) no Super Bock Super Rock, por ocasião do concerto de System of a Down. Concerto esse bem catita!
Deste festival há de ficar sempre para mim a recordação de uns certos instantes em que no meio da multidão, o meu sapato (ténis, na verdade, mas fica sempre mal dizer "Ténis" no singular) desencaixa-se do meu pé, e eu fico descalço. Se isto por si só já é mau, imaginem no meio de milhares de doidos varridos a curtirem SOAD. Corria eu o risco de sair dali com o pé em carne viva.
Durante uns breves segundos, ainda penso "queres ver que vou para casa descalço de um pé?", mas, eis que num momento puramente instintivo, qual animal lançado em direcção à presa, eu espeto o pé no chão, e por sorte (que não me tem faltado nas alturas em que é mais precisa - testes de desporto, por exemplo), encaixo o pé justamente entre os atacadores. Como isto é fisicamente possível, não me perguntem porque eu também não o sei.
Mas, entrando no domínio dos "ses", se por acaso eu não tivesse acertado com a porra do sapato, ocorreria muito provavelmente:
a) Teria que me deslocar por entre cerca de 100 metros cheios de rockeiros ao pé-coxinho;
b) Mesmo que o fizesse, estaria sujeito a levar no mínimo milhares de solas contra a minha inofensiva pata;
c) Ao deslocar-me ao pé coxinho, aumentaria em 90% a hipótese de cair e ser esmagado;
d) Utilizaria apenas uma perna para me deslocar, que levaria a uma fadiga muscular e consequente ruptura do músculo;
e) Perderia um sapato, o que faria com que fosse ridiculo o meu regresso a casa (além de inutilizar o restante sapato);
f) Mais importante que tudo, apanharia uma constipação por ter o pé descalço;
E dizem-nos a Filosofia "O conceito de sorte é irreal". O que é bem real é enfiar a Filosofia pelo c* acima...
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