Salute!

Lembrei-me de abordar um tema que já foi entrementes esquecido por alguns, mas sempre é bom para lançar a polémica, e obter uns commentzitos. Falo-vos da polémica celebração do golo de Paolo di Canio, no jogo em que a Lazio bateu a AS Roma por 3 -1.
Após marcar o terceiro tento, Di Canio aproximou-se da claque da Lazio e saudou esta com um gesto próprio da era fascista: o braço chegado ao peito e depois esticado ao máximo. Di Canio largava também um olhar de ódio, como se pode ver na imagem.

Gerou-se uma grande polémica: Di Canio invocou o espírito fascista que reside na claque da Lazio (reconhecida pelo carácter racista), e fez saltar a questão da importância do gesto.
Quanto a mim, a polémica é pouca, senão nenhuma: pelo que eu sei, não existem proibições (dentro das conhecidas, como tirar a camisola ou saltar para a audiência) de se celebrar o golo como se quiser! Certo é que o fascismo não é bonito, e também que aquele ódio presente na face de Di Canio, se deverá a algo. Mas ele tem todo o direito de celebrar o seu golo como quiser, ainda mais num jogo como o derby de Roma. Mau teria sido Di Canio provocar a claque adversária com o gesto que - admitamos - tem a sua parte de provocatório.
A claque da Lazio tem o seu quê de nojento, admito-o. É o tipo de claque que é constituído por "Hitler wannabe's", ou seja, nenhum quer na equipa indíviduos que não sejam brancos, italianos, cristãos e de extrema-direita. Os próprios jogadores são influenciados por esse tipo de mentalidade. Basta-nos pegar no exemplo de Sinisa Mihajlovic, recentemente transferido da Lazio para o Inter e reconhecido racista, que confessou recentemente que na Lazio é feita uma mudança de pensamentos nos jogadores. Mihajlovic, hoje, joga no Inter, uma das equipas que mais variedade racial tem, não apresentou qualquer problema com os seus novos companheiros, e prova desta mudança é o seu melhor amigo ser, agora, Obafemi Martins, um negro. Parece que basta ser da Lazio para isto acontecer. Talvez por isto Di Canio tenha feito aquele gesto. Mas não passou disso - um gesto. O próprio veio a dizer que não teve qualquer intenção de racismo ou política. Pergunto até que gesto tem piores consequências: o de Di Canio, ou o de Benny McCarthy quando, no apuramento para o Mundial-2002, comemorou o golo "chamando" os adeptos da equipa adversária, o que resultou em dezenas de mortos por esmagamento, em reacção á provocação. E tal gesto passou incólme.
O futebol hoje em dia tem tido este clima de suspeição, um indivíduo que queira ser diferente tem logo que prestar declarações sobre porque o fez, ou como o fez.
E isso apenas estraga o espectáculo...