sábado, fevereiro 19, 2005

Bom Jornalismo...

É algo pelo qual suplicamos quando visualizamos a página frontal de um dos jornais do momento. Falo-vos é claro d'O CRIME!
"O Crime", para mim, consegue ser uma referência no mundo do jornalismo, como aquele jornal a que nos referimos em expressões tipo "Isto é tão mau como «O Crime»". Se isto é bom ou mau, não sei.
No fundo o que é O Crime? Explicar o que é o afamado jornal a alguém que nunca tenha ouvido falar da sua reputação não é tarefa fácil, mas cá vai: imaginem um jornal mais sensacionalista que o 24Horas, mais falso que o Tal & Qual, e com notícias que poderiam estar no livro de actas do Ku Klux Klan ou de qualquer seita sadomasoquista, notícias como a de há dias, "Idosos torturavam jovens com choques no sexo". Há que dizer que as notícias são, obviamente, mentira (neste momento, o leitor deste canhenho está em estado de choque: «Mentira?? O quê? Naaa!»), brilhantemente inventadas por aquilo que considero ser uma temerosa legião de redactores pensionistas com maléficos pensamentos. Só assim se explica a existência de notícias que nem no telejornal da TVI aparecem. Também tenho uma teoria sobre isto: As notícias não passam de coisas inventadas por gajos que ligam para a redacção, relatando eventos que nunca ocorreram. É verdade, "O Crime" dá-se ao luxo de incluir na última página os contactos da redacção, um tipo de "diga de sua justiça" só que com notícias!
Eu hei-de anotar o número de telefone da redacção d'"O Crime", fazemos uma vaquinha para pagar a chamada, inventamos uma história, e verificamos com prazer que no dia seguinte ela vem na primeira página!

Com tudo isto, a pergunta que se faz é "Como alguém compra o Crime?". Eu não o compro. Felizmente, ao pé da escola tenho uma biblioteca pública (que é o que quer dizer a sigla BP, que nas horas vagas abastece os veículos de combustível) que contém diariamente a edição do dia do famigerado jornal. Mas acontece que já vi pessoas chegarem ao balcão da papelaria e pedir "Era o Crime sefaxavor.". Claro que o empregado solta uma bela gargalhada, e o embaraço do cliente faz-se sentir... Assim como já vi gente na estação, à espera do comboio, com o ar mais sério do mundo, a apreciar os conteúdos do Crime.
Nada mais tenho a dizer, excepto que os compradores do dito jornal devem ser segregados da sociedade, cabendo ao HULK lançar a polémica nos "comments".

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sobre jornalismo sensacionalistaóbizarro (categoria em que se incluirá o crime) aconselho a consulta dos arquivos do Jornal do Incrível. Esse "must" do jornalismo português que tão prematuramente desapareceu, deixando orfãos de informação tantos portugueses. Qual CRIME! qual 24Horas! no jornal do Incrível nada era impossível.

11:21 da manhã  

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